18 de fevereiro de 2013

Mas não se irrite



Acidentalmente, descobri que sofro de um mal (nada) súbito. Chama-se (na terminologia yarédica) “Irritadicium Plenium”. Digo acidentalmente porque, no pleno exercício de minhas faculdades, obviamente, jamais constataria ser eu, “esse ser tão calmo”, uma pessoa irritada - ao extremo -, diga-se de passagem.
Observaria, talvez, que “as pessoas ao meu redor sofrem de sérios distúrbios comportamentais” e constataria, no mínimo, que elas “insistem em se fazer notar pela inconveniência”. Acontece que, acidentalmente hoje, um fio desencapado do destino resolveu eletrocutar a minha vida.
Tudo começou com uma noite mal dormida. Em seguida, vieram uma manhã sem café da manhã, um relógio que andava rápido, mas sem sair do lugar, e uma longa lista de afazeres antes da primeira garfada. Pronto! Estava feita a M do dia... Daí por diante, tudo se resumiria a descompasso...
Uma fulana qualquer no trânsito, atormentando por uma seta não dada e (aff), hajam impropérios. Uma vergonha só. Mal humor contínuo. Filas de bancos, lotéricas e carros, muitos carros, biiiiiiiiiiiii. Uma farpa no dedo, um cisco no olho. Um 0800 pra ligar. Qualquer tentação é motivo para franzir o cenho e maldizer o dia, o outro, a vida. Oh, Céus!
Quem inventou frases do tipo: “subiu o sangue”; “saltaram as veias”; “os nervos estavam à flor da pele”, sabe a que grau Celsius se chega num momento desses.
E há ainda sempre um apaziguador por perto para dizer “Tenha calma”, como se oferecesse um copo d´água com açúcar. Ora meu amigo, o senhor, que é calmo, é que faça o favor de se irritar. Deixe-me em paz com a minha cólera! Não vou assassinar ninguém, só quero esbravejar um pouco...
Nada que um prato de miojo e o merecido desmaio no sofá no fim do dia – sem novela -, não possam resolver. De madrugada eu penso em banho ... Afinal, já é outro dia.

30 de Agosto de 2011

Nenhum comentário: