26 de abril de 2011

Influentes na história


“O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo, numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.”
Albert Einstein
Na história da humanidade foi sempre a influência que promoveu os avanços e atrasos mais significativos. Exercida por um ser humano sobre outro, a influência não pode ser calculada em valor ou medida em extensão e muito menos imposta, mas possui uma capacidade de modificar o comportamento social que a tornaria uma verdadeira arma se pudésse ser produzida. Em sua essência, constitui uma força natural de motivação humana capaz, de forma gradativa, de promover enormes alterações. Há incontáveis exemplos históricos de como ela esteve sempre associada às grandes transformações pelas quais o mundo passou.

Nas mais diversas áreas do conhecimento, houve sempre pessoas movidas por muita determinação que terminaram por se transformar em ícones de seu tempo, sendo o resultado de seus esforços, muitas vezes, reconhecido somente muitos anos depois de efetivado. Assim, por exemplo, pode-se citar a transformação por que passou a indústria no século XX influenciada pelos ideais de produção de um jovem agricultor norte americano, nascido em 1853, que desejando diminuir o trabalho manual na fazenda com o uso de máquinas se tornou um dos maiores industriais da história.

Não fosse a persistência de Henry Ford, que só conseguiu montar a Ford Motor Company com 40 anos de idade, talvez o mundo ainda demorasse a aplicar a montagem em série, produzindo em massa a um menor custo. Suas idéias modificaram todo o pensamento da época, foi através delas que se desenvolveu a mecanização do trabalho, a padronização do maquinário e, por conseqüência, dos produtos.

Ford revolucionou os transportes e a indústria norte-americanos. Construiu um carro simples, fácil de usar e acessível e convenceu as pessoas de que precisavam dele não apenas para passeios de final de semana, mas para o dia a dia. Foram vendidos 15 milhões de unidades do “Modelo T” nas quase duas décadas em que foi produzido.

Na eleição realizada pela revista Time para a escolha das 100 maiores personalidades do século XX, Henry Ford ocupa uma das 20 posições destinadas à categoria Builders & Titans (Construtores & Titãs) e, em trecho da matéria dedicada a ele, escrita pelo ex-presidente da Ford, Lee Iacocca, descreve-se: “Produziu carros acessíveis, pagou altos salários e ajudou a criar a classe média. Nada mau para um autocrata”.

Para o bem ou para o mal, é certo que a influência age sobre o mundo desde os primórdios, como uma força ativa e operante, guiada pelas intenções humanas. Tanto que a primeira influência exercida de que se tem conhecimento (independente de sua veracidade), a de Eva sobre Adão para que comesse o fruto proibido da árvore da ciência, modificou o curso da humanidade, privando-a da perfeição e da perspectiva de vida infindável e condenando-a a expiação. (continua...)

Outro grande influente, o físico alemão de origem judaica, Albert Einstein, autor da teoria da relatividade e de importantes estudos em ondulatória, tornou-se mundialmente conhecido por seus estudos teóricos terem possibilitado o desenvolvimento da bomba atômica, embora ele próprio não a tenha inventado. Assistindo a transformação do mundo em um “antes” e um “depois” da invenção da arma nuclear, Einstein não se isentou e escreveu:

“Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma carta ao presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. E o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo. Assumi, portanto, minhas responsabilidades”.

Pacifista, no entanto, afirmou que a liberação da energia atômica mudou tudo, menos a maneira de pensar do ser humano e teve em vida uma conduta, em atitudes e argumentos, que o tornou mais famoso do que qualquer outro cientista na cultura popular, transformando seu nome em um sinônimo de genialidade e sua face uma das mais conhecidas em todo o mundo.

Foi eleito pela revista Time como a “Pessoa do Século” e em 2005, em comemoração dos 100 anos do chamado “Annus Mirabilis” (ano miraculoso) em que publicou quatro dos mais importantes artigos científicos da física do século XX, foi celebrado o Ano Internacional da Física. Em sua honra, também foi atribuído a uma unidade usada na fotoquímica o nome de einstein e a um elemento químico, o de einstênio.

Em todas as áreas do conhecimento o fenômeno da influência acontece, de forma perceptível ou não. Dois grandes influentes das artes são Leonardo da Vinci e Charles Spencer Chaplin Júnior. O primeiro, autor de pinturas consideradas como obras-primas supremas dentre as já produzidas pelo homem. O segundo, o mais homenageado cineasta de todos os tempos. Ambos inovadores e dotados de inigualável capacidade de contribuir com o desenvolvimento da arte.

Da Vinci utilizou em suas pinturas técnicas próprias na aplicação da tinta e na graduação sutil da tonalidade, usou em suas obras todo seu conhecimento de anatomia, luz, botânica e geologia e seu interesse na fisiognomonia e na maneira pelo qual os humanos registram emoções em suas expressões e gestos. Assim, tornou-as famosas em todo o mundo. “Monalisa”, “A Última Ceia” e a “Virgem dos Rochedos” são algumas delas.

Chaplin foi uma das personalidades mais criativas que atravessou a era do cinema mudo. Atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes, criando um dos mais reconhecidos personagens da história do cinema, o “Carlitos” ou “O Vagabundo” (como é conhecido no Brasil). Em “Tempos Modernos” (1936), um de seus filmes mais conhecidos, criticou a situação da classe operária e dos pobres.

Assim como esses, muitos outros nomes podem ser citados desde os tempos mais remotos como personalidades influentes na história da humanidade. Para listar apenas alguns: Sócrates, Platão, Confucius, Aristóteles, Charles Darwin, Sigmund Freud, William Shakespeare, Ernest Hemingway, Vincent van Gogh, Michelangelo, Pablo Picasso, Genghis Khan, Mohandas Karamchand Gandhi, Madre Teresa, Che Guevara, Fidel Castro, Abrahan Lincoln, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Bill Gates, Ludwig van Beethoven, Elvis Presley, Luciano Pavarotti, Roberto Carlos, Michael Jordan, Roger Federer, Tiger Woods, Maria Sharapova e Pelé.

A influência pode ser exercida em todas as áreas, desde um cenário micro até um macro. Ser influente é, antes de tudo, ser alguém que acredita em seu potencial produtivo e persegue seus objetivos sendo, por isso, respeitado e seguido pelos demais.


(Materia publicada na Edição Especial de aniversário de 23 anos da Revide - 26/09/2009)

Postado em 04 de Abril de 2011 às 12:04 na categoria Arquivo Y do blo Retalhos

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