23 de julho de 2008

Beleza Íntima

São tantas as dores que sinto
Bem no fundo de minha alma
Bem no íntimo de meu ser
Não sei bem como expressar
Nem sei bem como dizer

Só sei que estão aqui e que doem
Bem no fundo de minha alma
Bem no íntimo de meu ser
Vive a angústia por existir!

Vive a vontade de mudar
Presa a ânsia de persistir...
Vive a necessidade de lutar
Junto ao desejo de desistir...

Bem no meu íntimo
Lá no fundo de minha alma
Vivo eu, presa em mim mesma.
Toda sonhos e lembranças...
Lágrimas e tristeza...
Alegrias poucas...
Pouca ou quase nenhuma beleza!

O que eu preciso


Só preciso que me abrace esta noite
Trago meu vazio interior, minhas angustias e limitações neste dia
Como nunca, pesam os sentidos sobre mim
Um fardo pesado
Hoje não posso carrega-lo sózinha
Meu espírito se dobra
Preciso que me abrace forte. Que me de um Norte!
Só preciso do seu peito e do seu beijo esta noite
Um cafuné para levar meus pensamentos
Uma palavra de amor, para acalentar o coração
Seu calor para desfazer as tristezas
Nada Mais!
Só preciso que me abrace esta noite
Trago o cansaço, a tristeza e a decepção neste dia
Volto pra casa vencida por mim, sem sonhos nem fantasias
Derrotada por quem sou e não consigo mudar
Dominada pela fraqueza de meu ser
Hoje o tempo é meu vingador
Que sem piedade, não permite voltar atrás
Por isso, preciso que me abrace forte. Que me dê um Norte!
Nada mais me resta na vida de valor
Senão o prazer do seu colo. O calor do seu beijo. O carinho de tuas palavras.
E a proteção do seu abraço. É tudo quanto tenho que mais prezo
E que, rezo, não me falte
Sem isso perco o brilho, perco a força, perco o trilho!
Não vê que só preciso de ti?
Que os dias de distância e desencontro me torturam a alma
E que as noites sem aconchego me destroem o dia
Se te perco de mim, perco tudo
Vão-se a concentração, a vontade e o sentido de viver
Intala-se em meu peito o desânimo e a entrega
Perco o rumo, perco o prumo... Só pela falta de ti
Meu coração clama o teu afeto
Aquele dispensado em princípio
Com o qual me encheste a alma e conquistaste todo meu amor
Os detalhes de ti fazem falta
Sinto em meu dia a dia a ausência das atenções primeiras
Que embora digam ruir com o tempo
Insisto, persisto e resisto em não querer compreender
Só desejo estabelecer a eterna primavera do romance
Firmar um compromisso com a vontade
E cultivar todos os dias esta flor
Seguir no firme propósio
De te dar todo o meu amor!
Mas há dias em que te sinto longe
Em campos tão distantes de mim
Que minha alma se ressente, se revolta e se retrai
Como as plantas, sem água, murcho e enfeio
E faço coisas fora de minha real vontade
Que é só te encher de beijos
Se você pudesse ler meus pensamentos, veria
Quanta vontade eu tenho de te cobrir de alegria
De te supreender todo dia, com detalhes de felicidade
E instaurar em sua vida a era da paz e harmonia!
Nada mais.
Eu só queria que você entendesse
Que a minha alma, sabe lá por que razão
Necessita por demais da sua atenção
Em algum lugar do passado
Já fomos predestinados... A viver em união!
O céu e a Terra sabem bem
O quanto preciso de ti
E de que me abrace forte e me dê um norte!
Só para sobreviver...

21 de julho de 2008

Às vezes


De vez em quando olho o céu,
Aqui da minha varanda,
Ou de qualquer outro lugar,
E é tão bom...

De vez em sempre somos tão cegos.

Às vezes penso,
Mas há tanto a se pensar (?)
E penso que pensar não leva a lugar nenhum...

De vez em sempre somos tão cegos.

Às vezes durmo, depois acordo.
Às vezes caio, depois levanto.
De vez em quando sonho,
Mas parece que nunca realizo...

De vez em sempre somos tão cegos.

Às vezes sinto...
Sinto aromas, cantos, sol, cores
Sinto verde, céu, mar, flores
São momentos...

O resto do tempo, não sei...
São luzes, barulhos, asfalto, paredes e pedras.
Também algum frio ou calor,
Mas já não sinto...

De vez em sempre somos tão cegos.

Outras vezes fico quieta, parada, em silêncio...
Feito concha na areia me movimento sem sair do lugar...
Procuro não pensar, não sentir...
E então: não sei!
Mas é lindo!

Às vezes sento aqui e escrevo...
Depois leio e guardo.

18 de julho de 2008

O asno enfurecido

Não basta mais não meter os pés pelas mãos minha gente.
É necessário agora, também, não meter mais a mão na buzina.
Outro dia, no trânsito, um asno disfarçado de gente guiava, na faixa esquerda, sua enorme e poderosa 4x4 preta, quando deu-lhe de veneta jogar-se sem dó, piedade ou pisca-alerta ligado, para a direita.
Lançou-se o infeliz, de forma brusca e estúpida, sobre minha humilde Biz 125 (também preta, ora bolas) que trafegava rápida e tranquilamente em sua faixa, subjugando-me como um elefante a uma formiga, de maneira a não deixar-me outra alternativa senão extravasar minha revolta METENDO A MÃO NA MALDITA E ESTRIDENTE BUZINA da motocicleta.
E para que não restasse dúvidas ao pustulento de sua extrema indelicadeza (ainda mais tratando-se do quase assassinato de uma pobre donzela indefesa montada em seu cavalo negro pós moderno), eis que estendi-lhe o dedo médio, de forma bastante significativa. Tão compreensível quanto qualquer simbologia de placa de trânsito.
Para quê!
O que assitiu-se a seguir só não foi "O triste fim de Policarpo Quaresma", porque postou-se ao meu lado: de armadura, escudo e espada na mão, o meu pobre e franzino Anjo da Guarda.
Não é que o asno enfureceu-se com tamanha desfeita dessa impulsiva tartaruga e pôs-se atrás dela a xingar-lhe de "biscate"?
Creiam, com todo seu porte, não lhe restou um só neurônio que sobrevivesse à ofensa.
Com a vaidade ferida, vivendo o auge de seu orgulho, cego à sua tacanha inteligência, não pôde mais conter a burrice dentro de si...
Freou furioso o 4x4 ao meu lado e relinchou:
- Ultrapassa pela esquerda, "biscate", da próxima vez passo por cima.
Sendo absolutamente inútil ponderar com um asno que "tamanho não é documento" e que moto paga tanto (ou mais) IPVA e Seguro Obrigatório, por também ser condução, merecendo, portanto, tanto respeito quanto qualquer outro veículo no trânsito, restou-me apenas responder: - Então passa, "cuzão"!
E sair correndo, é claro.
Afinal tartaruga é lerda, mas não dá mole não.

Bem vindos

Bem vindos, ilustres desconhecidos, ao picadeiro de meus pensamentos.
A quem interessar possa, não dobre essa esquina, em caso de fossa.
Ponto de angústias, sátiras, críticas e reflexões, este circo me pertence.
E não o recomendo a cardíacos, nem depressivos.
E não o dedico, a outro quesito, senão desopilar.
Dane-se o resto, aqui mando eu.
Furto as palavras que quiser...
E não me calo.
Não me censuro ou hesito.
Não dobro a língua, de jeito nenhum!No mais, sintam-se em casa.