Não basta mais não meter os pés pelas mãos minha gente.
É necessário agora, também, não meter mais a mão na buzina.
Outro dia, no trânsito, um asno disfarçado de gente guiava, na faixa esquerda, sua enorme e poderosa 4x4 preta, quando deu-lhe de veneta jogar-se sem dó, piedade ou pisca-alerta ligado, para a direita.
Lançou-se o infeliz, de forma brusca e estúpida, sobre minha humilde Biz 125 (também preta, ora bolas) que trafegava rápida e tranquilamente em sua faixa, subjugando-me como um elefante a uma formiga, de maneira a não deixar-me outra alternativa senão extravasar minha revolta METENDO A MÃO NA MALDITA E ESTRIDENTE BUZINA da motocicleta.
E para que não restasse dúvidas ao pustulento de sua extrema indelicadeza (ainda mais tratando-se do quase assassinato de uma pobre donzela indefesa montada em seu cavalo negro pós moderno), eis que estendi-lhe o dedo médio, de forma bastante significativa. Tão compreensível quanto qualquer simbologia de placa de trânsito.
Para quê!
O que assitiu-se a seguir só não foi "O triste fim de Policarpo Quaresma", porque postou-se ao meu lado: de armadura, escudo e espada na mão, o meu pobre e franzino Anjo da Guarda.
Não é que o asno enfureceu-se com tamanha desfeita dessa impulsiva tartaruga e pôs-se atrás dela a xingar-lhe de "biscate"?
Creiam, com todo seu porte, não lhe restou um só neurônio que sobrevivesse à ofensa.
Com a vaidade ferida, vivendo o auge de seu orgulho, cego à sua tacanha inteligência, não pôde mais conter a burrice dentro de si...
Freou furioso o 4x4 ao meu lado e relinchou:
- Ultrapassa pela esquerda, "biscate", da próxima vez passo por cima.
Sendo absolutamente inútil ponderar com um asno que "tamanho não é documento" e que moto paga tanto (ou mais) IPVA e Seguro Obrigatório, por também ser condução, merecendo, portanto, tanto respeito quanto qualquer outro veículo no trânsito, restou-me apenas responder: - Então passa, "cuzão"!
E sair correndo, é claro.
Afinal tartaruga é lerda, mas não dá mole não.
Padrinhos
Há 7 anos
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